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2010-06-13

Dá a surpresa de ser - Fernando Pessoa

Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?


Em «366 poemas que falam de amor, uma antologia organizada por Vasco da Graça Moura, Quetzal Editores»

FERNANDO António Nogueira PESSOA nasceu a 13 de Junho de 1888 e faleceu em Lisboa a 30 de Novembro de 1935).

Mais poemas de Fernando Pessoa, neste blog:
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Suspense / Ansiedade
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O guardador de rebanhos - XXI (Alberto Caeiro)
O guardador de rebanhos - XXVIII (ALlberto Caeiro)
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Odes - Ricardo Reis
Cruz na porta da tabacaria
Fragmentos do Livro do desassossego - Bernardo Soares
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O que há em mim é sobretudo cansaço
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Soneto 1 de 35 sonetos (Poesia Inglesa) - em português
Sonnet 1 (from 35 Sonnets)
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