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2009-06-13

O amor é uma companhia - Fernando Pessoa

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando António Nogueira Pessoa (n. em Lisboa a 13 Jun. 1888 — m. em Lisboa a 30 de Nov. de 1935).

Mais poemas de Fernando Pessoa, neste blog:
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O guardador de rebanhos - XXI (Alberto Caeiro)
O guardador de rebanhos - XXVIII (Alberto Caeiro)
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Não sei se é sonho se é realidade
Odes - Ricardo Reis
Cruz na porta da tabacaria
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Soneto 1 de 35 sonetos (Poesia Inglesa) - em português
Sonnet 1 (from 35 Sonnets)
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