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2017-08-25

Que Vos Daria? - Luís Delfino


Se tiverdes um dia um capricho, senhora,
Um capricho, um delírio, uma vontade enfim,
Não exijas o carro azul que monta a Aurora
Nem da estrela da tarde o plaustro de marfim;

Nem o mar, que murmura e aí vai por mar em fora
Nem o céu d'outros céus, elos de céu sem fim,
Que se isso fosse meu, já vosso, há muito, fôra.
Fôra vosso o que é grande e anda em torno de mim...

Mostrásseis num só gesto ingênuo, um só desejo...
O universo que vejo e os outros que não vejo
Sofreriam por vós vosso último desdém.

Que faríeis dos sóis, grãos vis de areias d'ouro
Mulher! Pedi-me um beijo e vereis o tesouro
Que um beijo encerra e o amor que um coração contém.

LUÍS DELFINO dos Santos nasceu em Desterro, hoje Florianópolis, Santa Catarina,. Brasil, a 25 de agosto de 1834 e morreu no Rio a 31 de janeiro de 1910.

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2015-08-25

Que Vos Daria? - Luís Delfino

Se tiverdes um dia um capricho, senhora,
Um capricho, um delírio, uma vontade enfim,
Não exijas o carro azul que monta a Aurora
Nem da estrela da tarde o plaustro de marfim;

Nem o mar, que murmura e aí vai por mar em fora
Nem o céu d'outros céus, elos de céu sem fim,
Que se isso fosse meu, já vosso, há muito, fôra.
Fôra vosso o que é grande e anda em torno de mim...

Mostrásseis num só gesto ingênuo, um só desejo...
O universo que vejo e os outros que não vejo
Sofreriam por vós vosso último desdém.

Que faríeis dos sóis, grãos vis de areias d'ouro
Mulher! Pedi-me um beijo e vereis o tesouro
Que um beijo encerra e o amor que um coração contém.

LUÍS DELFINO dos Santos nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 25 de Agosto de 1834 e morreu no Rio a 31 de Janeiro de 1910.

Ler do mesmo autor neste blog: Cadáver de Virgem

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2011-08-25

Que Vos Daria? - Luís Delfino

Se tiverdes um dia um capricho, senhora,
Um capricho, um delírio, uma vontade enfim,
Não exijas o carro azul que monta a Aurora
Nem da estrela da tarde o plaustro de marfim;

Nem o mar, que murmura e aí vai por mar em fora
Nem o céu d'outros céus, elos de céu sem fim,
Que se isso fosse meu, já vosso, há muito, fôra.
Fôra vosso o que é grande e anda em torno de mim...

Mostrásseis num só gesto ingênuo, um só desejo...
O universo que vejo e os outros que não vejo
Sofreriam por vós vosso último desdém.

Que faríeis dos sóis, grãos vis de areias d'ouro
Mulher! Pedi-me um beijo e vereis o tesouro
Que um beijo encerra e o amor que um coração contém.

LUÍS DELFINO dos Santos nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 25 de Agosto de 1834 e morreu no Rio a 31 de Janeiro de 1910.

Ler do mesmo autor neste blog: Cadáver de Virgem

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2010-01-31

No centenário da morte de Luís Delfino - Cadáver de Virgem

A Morte da Virgem, 1606, Michelangelo Caravaggio
óleo sobre tela, 369x245 cm, Paris, Museu do Louvre

Estava num caixão como num leito,
palidamente fria e adormecida;
as mãos cruzadas sobre o casto peito
e em cada olhar sem luz um sol sem vida.

Pés atados com fita em nó perfeito,
de roupas alvas de cetim vestida;
o torso duro, rígido, direito;
a face calma, lânguida, abatida...

O diadema das virgens sobre a testa;
níveo lírio entre as mãos, toda enfeitada,
mas como noiva que cansou da festa...

Por seis cavalos brancos arrancada,
onde vais tu dormir a longa sesta,
na mole cama em que te vi deitada?

LUÍS DELFINO dos Santos nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 25 de Agosto de 1834 e morreu no Rio a 31 de Janeiro de 1910. Diplomado em Medicina pela faculdade do Rio, chegou a ser senador da República por Santa Catarina, em 1891. Era liberal e abolicionista. A sua obra poética vai do Romantismo ao Simbolismo, passando pelo Parnasianismo, embora, no fundo, tenha sido sempre um romântico. Desdenhoso da glória, nunca publicou qualquer livro e foi o filho quem procedeu à recolha póstuma por jornais e revistas (uma dezena de vols.). O seu soneto pode ser comparado ao equivalente do português António Feijó: «Pálida e loira...».

Soneto e Nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.


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2008-08-25

Cadáver de Virgem - Luís Delfino

A Morte da Virgem, 1606, Michelangelo Caravaggio
óleo sobre tela, 369x245 cm, Paris, Museu do Louvre


Estava num caixão como num leito,
palidamente fria e adormecida;
as mãos cruzadas sobre o casto peito
e em cada olhar sem luz um sol sem vida.

Pés atados com fita em nó perfeito,
de roupas alvas de cetim vestida;
o torso duro, rígido, direito;
a face calma, lânguida, abatida...

O diadema das virgens sobre a testa;
níveo lírio entre as mãos, toda enfeitada,
mas como noiva que cansou da festa...

Por seis cavalos brancos arrancada,
onde vais tu dormir a longa sesta,
na mole cama em que te vi deitada?

LUÍS DELFINO dos Santos nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 25 de Agosto de 1834 e morreu no Rio a 31 de Janeiro de 1910. Diplomado em Medicina pela faculdade do Rio, chegou a ser senador da República por Santa Catarina, em 1891. Era liberal e abolicionista. A sua obra poética vai do Romantismo ao Simbolismo, passando pelo Parnasianismo, embora, no fundo, tenha sido sempre um romântico. Desdenhoso da glória, nunca publicou qualquer livro e foi o filho quem procedeu à recolha póstuma por jornais e revistas (uma dezena de vols.). O seu soneto pode ser comparado ao equivalente do português António Feijó: «Pálida e loira...».

Soneto e Nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

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