Blog Widget by LinkWithin
Mostrar mensagens com a etiqueta Oscar Wilde. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Oscar Wilde. Mostrar todas as mensagens

2014-10-16

Désespoir - Oscar Wilde

The seasons send their ruin as they go,
For in the spring the narciss shows its head
Nor withers till the rose has flamed to red,
And in the autumn purple violets blow,
And the slim crocus stirs the winter snow;
Wherefore yon leafless trees will bloom again
And this grey land grow green with summer rain
And send up cowslips for some boy to mow.

But what of life whose bitter hungry sea
Flows at our heels, and gloom of sunless night
Covers the days which never more return?
Ambition, love and all the thoughts that burn
We lose too soon, and only find delight
In withered husks of some dead memory.


Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, Irland 16 Oct. 1854 – Paris, France, 30 nov. 1900)

Read More...

2012-10-16

Balada do Cárcere de Reading (excerto) II - Oscar Wilde

Seis semanas inteiras ele andou
com a veste usada que trazia.
Tinha um gorro de listas, e o seu passo
ligeiro e alegre parecia;
porém eu nunca vi homem que olhasse,
tão pensativo, a luz do dia.

Jamais, jamais vi homem contemplar,
com tão profundo sentimento,
essa breve, essa estreita faixa azul
que os presos chamam firmamento;
e as nuvens esgarçadas no horizonte,
- flocos de espuma errando ao vento!

Não retorcia as mãos, - tal como alguns
de ideia curta, e alma louçã,
que ousam crer, mesmo em negro Desespero,
numa Quimera estulta e vã:
ele fitava, calmo, a luz da aurora
sorvendo o ar puro da manhã.

Não retorcia as mãos e não chorava,
nem lamentava o seu inferno;
ia, apenas, bebendo o ar como um bálsamo,
bálsamo bom, bálsamo eterno...
Abria os lábios e bebia o Sol
como uma taça de falerno.

E eu, e todos os mais, - nós que penávamos
num outro pátio separado,
esquecemos de pronto as nossas faltas,
a nossa Sorte, o nosso Fado,
para seguir, com olhar de assombro, esse homem
que ia, entre nós, ser enforcado!

E era estranho que o víssemos andando,
- tão leve e alegre parecia...
E era estranho que o víssemos fitando,
tão pensativo, a luz do dia.
E era estranho lembrar que ele, a sua dívida,
de tal maneira a pagaria.

Tem lindas folhas o álamo e o carvalho,
que em maio brotam viridentes:
mas é medonha a forca, - árvore negra,
raiz mordida de serpentes:
e verde ou seca, morre o condenado
sem lhe avistar frutos pendentes.

É para o céu, para o azulado empíreo,
que o anseio humano se alevanta!
Mas quem, do alto da forca, atado a um laço,
com a corda presa na garganta,
ergue seu turvo olhar ao firmamento
quando o carrasco se adianta?

Dançar, ao som de um violino, enleva,
se a Vida é bela e é belo o Amor;
dançar, ao som de flautas e alaúdes,
é raro, fino, embalador...
Mas é horrível, no ar, com os pés ligeiros,
dançar, num último estertor!

Curiosamente, mudos, consternados,
o vigiávamos dia a dia,
pensando que talvez nosso destino
igual ao dele acabaria:
pois ninguém sabe a que horroroso inferno
a Sorte bárbara nos guia.

Por fim, deixei de vê-lo entre os mais presos,
sempre sozinho, vagamundo...
Soube então que o levaram; que jazia
em negro cárcere profundo,
e que eu, jamais, de novo o enxergaria,
neste belo, divino mundo...

Dois navios perdidos que se cruzam
em ruim paragem tormentosa,
- nós nos cruzamos, mudos, sem um gesto,
numa atitude silenciosa:
pois de dia nos vimos (não de noite)
e a luz é casta, é vergonhosa.

Muros de uma prisão nos circundavam,
éramos réus por nossos danos.
Deus e o seu mundo, inexoravelmente,
nos repeliram desumanos;
e a sinistra armadilha do Pecado
nos seduziu com seus enganos.

Trad. de Gondin da Fonseca

in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, Irlanda 16 Out. 1854 – Paris, França, 30 November 1900)

Read More...

2009-10-16

LA BELLA DONNA DELLA MIA MENTE (Lovely Lady of My Memory) - Oscar Wilde

My limbs are wasted with a flame,
My feet are sore with travelling,
For, calling on my Lady's name,
My lips have now forgot to sing.

O Linnet in the wild-rose brake
Strain for my Love thy melody,
O Lark sing louder for love's sake,
My gentle Lady passeth by.

She is too fair for any man
To see or hold his heart's delight,
Fairer than Queen or courtesan
Or moonlit water in the night.

Her hair is bound with myrtle leaves,
(Green leaves upon her golden hair!)
Green grasses through the yellow sheaves
Of autumn corn are not more fair.

Her little lips, more made to kiss
Than to cry bitterly for pain,
Are tremulous as brook-water is,
Or roses after evening rain.

Her neck is like white melilote
Flushing for pleasure of the sun,
The throbbing of the linnet's throat
Is not so sweet to look upon.

As a pomegranate, cut in twain,
White-seeded, is her crimson mouth,
Her cheeks are as the fading stain
Where the peach reddens to the south.

O twining hands! O delicate
White body made for love and pain!
O House of love! O desolate
Pale flower beaten by the rain!


Oscar Wilde (Dublin, 16 de outubro de 1854 - Paris, 30 de novembro de 1900)

Read More...