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2016-01-29

Carícias - Francisco Bugalho



Carícias sábias minhas mãos buscaram
Por teu corpo em botão, alvorescente;
E meus lábios sonâmbulos pisaram
Branduras de veludo alvo e dormente.

Triunfos nos meus olhos despontaram,
E gritos de clarim e de trombeta
Em meus ouvidos sôfregos soaram,
Como cantos de amor dalgum poeta.

Ritmos de doçuras e quebrantos,
Corpos vergados como dois acantos,
Gritaram alto que era doce a vida.

Apertei-te na ânsia de perder-te
E quando regressei, voltei a ver-te:
Vi-te ainda mais longe e mais perdida.

(Em C. Vide, 4 Janº 929)

Francisco José Lahmeyer Bugalho nasceu a 26 de julho de 1905, no Porto, e faleceu a 29 de janeiro de 1949, em Castelo de Vide

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2015-01-29

Tudo quanto Sonhei se Foi Perdido - Francisco Bugalho


O que sonhei e antes de vivido
Era perfeito e lúcido e divino,
Tudo quanto sonhei se foi perdido
Nas ondas caprichosas do destino.

Que os fados em mim mesmo depuseram
Razões de ser e de não ser, contrárias,
Nas emoções que, dentro em mim, cresceram
Tumultuosas, carinhosas, várias.

Naqueles seres que fui dentro de um ser,
Que viveram de mais para eu viver
A minha vida luminosa e calma,

Se desdobraram gestos de menino
E rudes arremedos de assassino.
Foram almas de mais numa só alma.

in "Dispersos e Inéditos"

Francisco José Lahmeyer Bugalho nascido a 26 de julho de 1905, no Porto, e falecido a 29 de janeiro de 1949, em Castelo de Vide

Nota do webmaster: Sabia que Francisco Bugalho foi o pai do poeta Cristovam Pavia?

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2013-07-26

Montado Velho - Francisco Bugalho

Meu triste montado velho
Que paz tem quem te procura
E, em ti, vem achar o espelho
De uma vida sem doçura,
Mas livre de enganos vãos!…

Troncos rugosos, mas sãos,
Ásperos, sim, mas generosos,
Todos, na desgraça, irmãos,
Dos maus Invernos ventosos

Montado, além, mais pra além,
Há céus azuis e há searas.
E brandas águas que têm
O brilho de pedras raras,
E não há só solidão!…

Mas essa tua canção
- solução d’alma que anseia –
Também a meu coração,
Furtivamente se enleia.
E aqui me fico contigo.

Sem ternura, nem doçura;
Mas longe do mundo vão,
- Meu velho montado amigo!…
E dos verões, sem pinga d’água.

Montado, que estranha mágua
Te confrange e te redime!
A tua visão afago-a.
És bom cenário pra um crime…
E pra milagres também.


Francisco Bugalho nasceu a 26 de julho de 1905, no Porto, e faleceu a 29 de janeiro de 1949, em Castelo de Vide.

Ler do mesmo autor: Carícias

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2012-07-26

Carícias - Francisco Bugalho

Carícias sábias minhas mãos buscaram
Por teu corpo em botão, alvorescente;
E meus lábios sonâmbulos pisaram
Branduras de veludo alvo e dormente.

Triunfos nos meus olhos despontaram,
E gritos de clarim e de trombeta
Em meus ouvidos sôfregos soaram,
Como cantos de amor dalgum poeta.

Ritmos de doçuras e quebrantos,
Corpos vergados, como dois acantos,
Gritaram alto que era doce a vida.

Apertei-te na ânsia de perder-te.
E quando regressei, voltei a ver-te:
Vi-te ainda mais longe e mais perdida.


Francisco Bugalho nasceu a 26 de julho de 1905, no Porto, e faleceu a 29 de janeiro de 1949, em Castelo de Vide.

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