Blog Widget by LinkWithin

2008-11-30

My love, and not I, is the egoist - Fernando Pessoa (no 73º. aniversário da sua morte)

My love, and not I, is the egoist.
My love for thee loves itself more than thee;
Ay, more than me, in whom it doth exist,
And makes me live that it may feed on me.
In the country of bridges the bridge is
More real than the shores it doth unsever;
So in our world, all of Relation, this
Is true--that truer is Love than either lover.
This thought therefore comes lightly to Doubt's door--
If we, seeing substance of this world, are not
Mere Intervals, God's Absence and no more,
Hollows in real Consciousness and Thought.
And if 'tis possible to Thought to bear this fruit,
Why should it not be possible to Truth?


FERNANDO António Nogueira PESSOA nasceu a 13 de Junho de 1888 (dia de Fernando de Bulhões, Sto. António) em Lisboa, onde faleceria, de uma pancreatite, devida a abuso do álcool, a 30 de Novembro de 1935. Filho de um crítico musical, herdou do pai o excepcional ouvido, mas cedo ficou órfão (1893) e «o menino de sua mãe», casada em segundas núpcias (1895) com o cônsul de Portugal em Durban, foi levado para a União Sul-Africana (Comunidade Britânica), onde se tornou bilingue, chegando a obter o prémio Rainha Vitória de redacção em inglês (1903). Em Agosto de 1905, regressou à Pátria, fixando residência na capital em que nascera e de onde jamais sairia. Ainda se inscreveu no Curso Superior de Letras, mas com pouca demora, optando por viver como correspondente comercial. Nunca casou, mas foi pai de muitos poetas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alexander Search, etc., etc. Foi um dos fundadores e dirigentes da famigerada revista «Orpheu» (1915) e escreveu infatigavelmente a sua obra bem como a dos seus filhos, deixando-as numa arca, cujo conteúdo ainda hoje está longe de se ter esgotado. Além dos «English Poems», só publicou em vida a «Mensagem» (1934), que, ao contrário do que sustentam os jornalistas, foi galardoada, «ex-aequo», com o prémio Antero de Quental do Secretariado da Propaganda Nacional. Não morria de amores por Camões, talvez por nele reconhecer o seu único rival em língua portuguesa, mas se o autor d' «Os Lusíadas» era um poeta italiano que escrevia em português, Pessoa também é, por vezes, um poeta britânico que se exprime na língua de Portugal.

Soneto e nota biobibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

Mais poemas de Fernando Pessoa, neste blog:
Tabacaria
Liberdade
Intervalo - Bernardo Soares
O guardador de rebanhos - X (Alberto Caeiro)
O guardador de rebanhos - XXI (Alberto Caeiro)
O guardador de rebanhos - XXVIII (ALlberto Caeiro)
O Tejo é mais belo ...
Não sei se é sonho se é realidade
Odes - Ricardo Reis
Cruz na porta da tabacaria
Fragmentos do Livro do desassossego - Bernardo Soares
Afinal a melhor maneira de viajar é sentir...
Todas as cartas de amor são...
Se te queres matar ...
Dai-me rosas e lírios...
Sou vil, sou reles como toda a gente...
Não sei se é amor que tens
O que há em mim é sobretudo cansaço
Mar português
Ode marcial - h
Lycanthropy
Conselho
Para além da curva da estrada (Alberto Caeiro)
Sopra demais o vento
Poema da Canção sobre a Esperança
Soneto 1 de 35 sonetos (Poesia Inglesa) - em português
Sonnet 1 (from 35 Sonnets)


0 comments: