Silêncios - Cruz e Sousa
Largos Silêncios interpretativos,
Adoçados por funda nostalgia,
Balada de consolo e simpatia
Que os sentimentos meus torna cativos.
Harmonia de doces lenitivos,
Sombra, segredo, lágrima, harmonia
Da alma serena, da alma fugidia
Nos seus vagos espasmos sugestivos.
Ó Silêncios! ó cândidos desmaios,
Vácuos fecundos de celestes raios
De sonhos, no mais límpido cortejo...
Eu vos sinto os mistérios insondáveis,
Como de estranhos anjos inefáveis
O glorioso esplendor de um grande beijo!
João da Cruz e Sousa (n. em Desterro, hoje Florianópolis a 24 Nov 1861; m. na Estação de Sítio, Minas Gerais a 19 Mar 1898)
Ler do mesmo autor:
Violões que Choram
Ironia de Lágrimas
O Assinalado
Inefável
Vida Obscura
Sorriso Interior
Monja
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