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2008-11-24

Inefável - Cruz e Sousa

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas

João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 24 de Novembro de 1861 e faleceu na Estação de Sítio (MG) a 19 de Março de 1898.

Ler do mesmo autor:
Vida Obscura
Silêncios
Sorriso Interior


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