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2006-11-24

Sorriso Interior - Cruz e Sousa

E na efeméride do nascimento do considerado «o maior poeta do Simbolismo brasileiro», João da Cruz e Sousa, aqui fica, um soneto:

O ser que é ser e que jamais vacila
Nas guerras imortais entra sem susto,
Leva consigo esse brasão augusto
Do grande amor, da nobre fé tranqüila.

Os abismos carnais da triste argila
Ele os vence sem ânsias e sem custo...
Fica sereno, num sorriso justo,
Enquanto tudo em derredor oscila.

Ondas interiores de grandeza
Dão-lhe essa glória em frente à Natureza,
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.

O ser que é ser transforma tudo em flores...
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do Dilúvio

João da Cruz e Sousa (n. Desterro, hoje Florianopolis (SC), a 24 Nov 1861; m. Estação do Sítio (MG) a 19 Mar 1898)


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