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2011-06-20

O Amor e o Tempo - António Feijó

(Christopulos)

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço,
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

– «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
– «Por que voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» – Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
– «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!»

(in «Sol de Inverno», 1922). Extraído de Poesias Completas, António Feijó, Prefácio de J. Cândido Martins, Edições Caixotim

António Joaquim de Castro Feijó, nasceu em Ponte de Lima a 1 de Junho de 1859 e faleceu em Upsala na Suécia a 20 Junho 1917).

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