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2005-06-20

PÁLIDA E LOIRA - ANTÓNIO FEIJÓ

Morreu. Deitada no caixão estreito,
Pálida e loira, muito loira e fria,
O seu lábio tristíssimo sorria
Como num sonho virginal desfeito.

- Lírio que murcha ao despontar do dia,
Foi descansar no derradeiro leito,
As mãos de neve erguidas sobre o peito,
Pálida e loira, muito loira e fria...

Tinha a cor da rainha das baladas
E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia...

Levou-a a morte na sua graça adunca!
E eu nunca mais pude esquece-la, nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria...

António Feijó (n. 1 Jun 1859 em Ponte de Lima m. 20 Junho 1917 em Upsala - Suécia )

Este soneto de 1884 incluido originalmente in Líricas e Bucólicas, transcrevê-mo-lo de "A circulatura do Quadrado" pg. 165 - (Alguns dos mais belos SONETOS de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa) Edição UNICEPE


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