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2015-10-13

O anel de vidro - Manuel Bandeira

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…


Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (n. Recife, 19 de abril 1886 — m. Rio de Janeiro, a 13 de outubro de 1968).

Ler do mesmo autor, neste blog:
O Último Poema
Tema e Variações
Momento num café
Hiato
Desencanto
A Onda
Antologia
Maçã


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