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2010-10-13

Maçã - Manuel Bandeira


Maçã Vermelha

Por um lado te vejo como um seio murcho
Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentário

És vermelha como o amor divino

Dentro de ti em pequenas pevides
Palpita a vida prodigiosa
Infinitamente

E quedas tão simples
Ao lado de um talher
Num quarto pobre de hotel.

in Poesia Brasileira do Século XX, Dos Modernistas À Actualidade
Selecção, Introdução e Notas de Jorge Henrique Bastos, Antígona

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (n. Recife, 19 Abril 1886 — m. Rio de Janeiro, 13 de Out. de 1968).

Ler do mesmo autor, neste blog: Antologia; Hiato; Desencanto e A Onda.


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