Bastava-nos amar. E não bastava - Joaquim Pessoa
Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.
in Português Suave
Joaquim Pessoa, nasceu no Barreiro a 22 de Fevereiro de 1948
Ler do mesmo autor, neste blog:
A Ausência VIII
Quero-te para além das coisas justas
Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse
1 comments:
Anónimo
disse...
Outro dia estava lendo alguns poemas do Joaquim Pessoa e adorei. Que grata surpreso encontrá-lo por aqui também!
"O nosso amor é sangue. É seiva. É sol. É Primavera.
Amor intenso. amor imenso. amor instante.
O nosso amor é uma arma. É uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante."
Joaquim Pessoa
Estes são uns dos versos dele que eu mais gosto
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