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2014-07-15

Hão de chorar por ela os cinamomos - Alphonsus de Guimaraens

Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão — "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos?"


Afonso Henriques da Costa Guimarães, literariamente Alphonsus de Guimaraens, nasceu em Ouro Preto MG em 24 de julho de 1870; morreu em Mariana MG em 15 de julho de 1921.

Ler do mesmo autor, neste blog:
Como Se Moço e Não Bem Velho Eu Fosse
Cisnes Brancos
O pesar de não tê-la encontrado mais cedo
Ismália
Quando eu disser Adeus
Soneto da Defunta Formosa
Soneto: Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? Agosto


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