Soneto da Defunta Formosa - Alphonsus de Guimaraens
Temos saudade, pálida formosa,
De tudo quanto o pôr-do-sol fenece:
Ou seja o som final de extrema prece,
Ou seja o último anseio de uma rosa...
E mais ligeiramente a gente esquece
Uma hora que a alma de carinhos goza,
Que de ter visto, em roxa luz saudosa,
Uma imperial tulipa que adoece...
Um lírio doente no caulim de um vaso
Faz-nos lembrar um luar em pleno ocaso
Morrendo ao som das últimas trindades...
E nem eu sei, amor, por que perguntas,
Tu que és a mais formosa das defuntas,
Se eu de ti hei de ter loucas saudades.
Alphonsus de Guimaraens [Afonso Henriques da Costa Guimarães] (n. em Ouro Preto, Minas Gerais, a 24 Jul 1870; m. Mariana, Minas Gerais a 15 Jul 1921]
De tudo quanto o pôr-do-sol fenece:
Ou seja o som final de extrema prece,
Ou seja o último anseio de uma rosa...
E mais ligeiramente a gente esquece
Uma hora que a alma de carinhos goza,
Que de ter visto, em roxa luz saudosa,
Uma imperial tulipa que adoece...
Um lírio doente no caulim de um vaso
Faz-nos lembrar um luar em pleno ocaso
Morrendo ao som das últimas trindades...
E nem eu sei, amor, por que perguntas,
Tu que és a mais formosa das defuntas,
Se eu de ti hei de ter loucas saudades.
Alphonsus de Guimaraens [Afonso Henriques da Costa Guimarães] (n. em Ouro Preto, Minas Gerais, a 24 Jul 1870; m. Mariana, Minas Gerais a 15 Jul 1921]
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