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2012-12-16

Delírio - Olavo Bilac


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (nasceu no Rio de Janeiro a 16 de Dezembro de 1865 e morreu na mesma cidade a 28 de Dezembro de 1918).

Neste blog pode encontrar do mesmo autor, mais os seguintes poemas:
Vita Nuova
Por Estas Noites

Nel Mezzo del Camin
Por tanto tempo
Um beijo
Ao coração que sofre
Como Quisesse Livre Ser


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