Vita Nuova - Olavo Bilac
Se ao mesmo gozo antigo me convidas,
Com esses mesmos olhos abrasados,
Mata a recordação das horas idas,
Das horas que vivemos apartados!
Não me fales das lágrimas perdidas,
Não me fales dos beijos dissipados!
Há numa vida humana cem mil vidas,
Cabem num coração cem mil pecados!
Amo-te! A febre, que supunhas morta,
Revive. Esquece o meu passado, louca!
Que importa a vida que passou? que importa,
Se inda te amo, depois de amores tantos,
E inda tenho, nos olhos e na boca,
Novas fontes de beijos e de prantos?!
in Os dias do Amor, um poema para cada dia do ano; recolha,selecção e organização de Inês Ramos, Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho, Ministério dos Livros
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (nasceu no Rio de Janeiro a 16 de Dezembro de 1865 e morreu na mesma cidade a 28 de Dezembro de 1918).
Neste blog pode encontrar do mesmo autor, mais os seguintes poemas:
Por Estas Noites
Nel Mezzo del Camin
Por tanto tempo
Delírio
Um beijo
Ao coração que sofre
Por Estas Noites Frias e Brumosas
Como Quisesse Livre Ser
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