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2012-06-30

POETAR É PRECISO - Raimundo Zurel

Ser poeta às vezes é engraçado;
é quando a gente pensa estar pardo
e vai viver apenas o dia a dia
e a singeleza de um beija-flor
ou a criança na rua, sem amor
nos faz ressuscitar a poesia.
E quando a gente pensa em Drummond,
que, além de ser poeta, era o BOM,
que fez a poesia ser linda,
a gente ainda insiste em ser poeta
e não desiste de alcançar a meta
alcançada por Elisa Lucinda.
Quando a gente pensa que há o amor,
mas que também ainda existe a dor,
ainda existe o triste preconceito,
então percebe que a poesia
tem que lutar, ainda, dia a dia,
pelo que é certo, pelo que é direito.
Algumas vezes faço um poemeto
bobo, outras vezes um soneto
obedecendo às regras da gramática.
De repente eu faço versos livres,
não metrifico, não rimo,
apenas sigo o ritmo,
deixo fluir a inspiração.
Estão vendo? Pelo menos no momento
não consigo palavras pra rimar
com a palavra gramática;
a não ser que eu diga
que sempre fui bom em português.
Em história, em inglês, em francês
E ruim em matemática.
Caramba! Consegui!
Mas se não conseguisse, não desistiria.
ainda assim, pra mim, o que eu faço
o tempo todo, todo dia, é pura poesia.
Por isso, continuo com amor
a fazer versos bons ou sem valor,
porém que fazem a minha alegria;
não sei se vale a pena, se há razão,
mas enquanto bater meu coração,
eu vou fazendo a minha poesia.
Eu vou fazendo a minha poesia,
vivendo a todo instante essa magia
de transformar a dor em um sorriso.
E faço isso porque simplesmente
não consigo tirar da minha mente
que, com certeza, poetar é preciso.

Raimundo Zurel Correia Borges, nasceu em 30 de junho de 1937 em Aracajú-SE, e faleceu em 25 de janeiro de 2011


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