Aqui onde me trouxe o duro fado - Abade de Jazente
Aqui onde me trouxe o duro fado
A passar o melhor da minha idade,
Não tenho mais que a bruta  sociedade
De algum tosco vilão que tange o  gado.
Tudo o mais é deserto inabitado,
Despenhos, precipícios, soledade,
Que só pode oferecer comodidade
Para algum infeliz desesperado.
Aqui sobre uma penha esmorecido
Fico um dia talvez, e em tal segredo,
Que até nem de mim mesmo sou sentido.
 
E, então, estupefactos mudo, e quedo
Assi’estou de males aturdido;
Qual junto de um penedo, outro penedo.
in Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI; Selecção, organização, introdução e notas Jorge Reis-Sá e Rui Lage, Porto Editora
Abade de Jazente (Paulino António Cabral de Vasconcelos), nasceu em Reguengo, Amarante a 6 de Maio de 1719 e morreu em Amarante a 20 de Novembro de 1789.
Ler do mesmo autor, neste blog:
Tu Queres Nize Oh Quanto Podes, Quanto
Um dos meus bisavôs foi mercador...;
Amor, é um arder, que se não sente
 


 






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