Ode Anacreôntica - Antonio Ribeiro dos Santos
Amor se queixa
Que está roubado;
Que os farpões, Nize,
Lhe tem furtado.
Em ira aceso,
Qual fero Marte
Te busca, ó Nize,
Por toda a parte.
Ah! tem jurado,
Que se te alcança,
Há de tomar
Crua vingança.
Mas tu não fujas,
De Amor não temas
Nem seta, ou dardo,
Ou vis algemas.
Se ele vier
Com fero ardor,
Põe-te risonha,
Ri-te de Amor.
Desses teus olhos
Com um só mover
O bravo Amor
Podes vencer.
Se contra ti
Os céus armar,
Dos deuses todos
Podes zombar.
Cum só volver
Dos olhos teus
Podes vencer
Amor e os céus.
António Ribeiro dos Santos nasceu em Massarelos (Porto) a 30 de Março de 1745 e morreu em Lisboa a 16 de Janeiro de 1818.
Ler do mesmo autor, neste blog: Com tristissimos ais lugubres vozes
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