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2008-12-28

Olavo Bilac desapareceu há 90 anos - Por estas Noites

portrait de Olavo Bilac

Olavo Bilac [Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac] faleceu faz hoje 90 anos no Rio de Janeiro. Nascido na mesma cidade brasileira em 16 de Dezembro de 1865 foi jornalista, poeta e membro fundador da Academia Brasileira de Letras em 1896. Passou por Medicina e por Direito (não comcluindo os cursos) mas foi por causa da sua escrita na língua de Camões, essa «Última flor do Lácio, inculta e bela», que estamos aqui a relembrá-lo. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana (ver Parnasianismo).

Olavo Bilac, considerado o Príncipe dos Poetas Brasileiros foi também o autor da letra do Hino à Bandeira.

Na sua obra conta-se: * Poesias (1888) * Crônicas e novelas (1894) * Crítica e fantasia (1904) * Conferências literárias (1906) * Dicionário de rimas (1913) * Tratado de versificação (1910) * Ironia e piedade, crônicas (1916) * Tarde (1919); Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957), e obras didáticas.

Desempenhou vários cargos públicos no estado do Rio de Janeiro e na antiga Guanabara, e foi um dos fundadores da Liga da Defesa Nacional (da qual foi secretário geral). Foi conferencista e a sua obra tornou-se leitura obrigatória, sendo declamado nos círculos literários.

Como jornalista nas palavras do crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros" (daqui).

Amantes Imagem daqui

Por estas noites frias e brumosas
É que melhor se pode amar, querida!
Nem uma estrela pálida, perdida
Entre a névoa, abre as pálpebras medrosas

Mas um perfume cálido de rosas
Corre a face da terra adormecida ...
E a névoa cresce, e, em grupos repartida,
Enche os ares de sombras vaporosas:

Sombras errantes, corpos nus, ardentes
Carnes lascivas ... um rumor vibrante
De atritos longos e de beijos quentes ...

E os céus se estendem, palpitando, cheios
Da tépida brancura fulgurante
De um turbilhão de braços e de seios.

Neste blog pode encontrar mais os seguintes poemas:
Nel Mezzo del Camin
Por tanto tempo
Via Láctea
Delírio
Um beijo
Ao coração que sofre

Para saber mais sobre Olavo Bilac


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