Neste Desterro - Paulino Oliveira
Paulino de Oliveira retratado por Tomás Leal da Câmara
Como Job, eu misérrimo, pergunto:
"Para que fui criado?" e o céu e o vento
Que escutam o meu grito
Não me respondem nada sobre o assunto
Se não vimos ao mundo por querer
Porque é que antes de sermos nos culpados
Arrastamos os ferros de forçados
E nos esmaga a mó do atroz Sofrer?
Quando a Dor me tritura, aguda e forte,
Eu penso na justiça desta Sorte
E na razão desse bom Deus amado...
E medito: se outrora, em outro Mundo
Eu habitei o corpo vagabundo
De algum enorme triste celerado.
in Poemas de Paulino de Oliveira, Edições «Descobrimento» 1932
Francisco Paulino Gomes de Oliveira, nasceu em Setúbal a 22 de junho de 1864, faleceu em 1914 em São Paulo, Brasil
«Quare de vulva eduxisti me?»
Como Job, eu misérrimo, pergunto:
"Para que fui criado?" e o céu e o vento
Que escutam o meu grito
Não me respondem nada sobre o assunto
Se não vimos ao mundo por querer
Porque é que antes de sermos nos culpados
Arrastamos os ferros de forçados
E nos esmaga a mó do atroz Sofrer?
Quando a Dor me tritura, aguda e forte,
Eu penso na justiça desta Sorte
E na razão desse bom Deus amado...
E medito: se outrora, em outro Mundo
Eu habitei o corpo vagabundo
De algum enorme triste celerado.
in Poemas de Paulino de Oliveira, Edições «Descobrimento» 1932
Francisco Paulino Gomes de Oliveira, nasceu em Setúbal a 22 de junho de 1864, faleceu em 1914 em São Paulo, Brasil
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