A UMA OPERÁRIA JOVEM - Domingos Carvalho da Silva
Como a árvore que pode
dar apenas seu fruto,
floresces. E sobre a terra
amplias o horizonte de tua sombra.
Na fábrica as engrenagens
multiplicam o movimento
e as polias giram como vento
em remoinho.
Na fábrica os fatos
repetem-se como as estações,
as estrelas iguais de cada noite,
o pão fresco de todas as manhãs.
Teu sangue circula como a abelha
na órbita da rosa
e, como a água dos estanques, há de voltar
à fonte.
Na fábrica
os espelhos sonham com teu riso.
(De À MARGEM DO TEMPO - 1963)
Domingos Carvalho da Silva (nasceu em Leirós, Pedroso, Vila Nova de Gaia a 21 de junho de 1915, faleceu em São Paulo, Brasil a 26 de abril de 2003)
Ler do mesmo autor:
Na Despedida de Ignez
Teoria do Poema
A Fénix Refractária
0 comments:
Enviar um comentário