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2014-12-08

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha - Florbela Espanca

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca (n. Vila Viçosa, 8 dezembro 1894; m. Matosinhos em 8 de dezembro de 1930)

Ler neste blog da mesma autora:
O Nosso Livro
Horas Rubras
Tarde de Mais
Ser poeta é
À Morte
Amar!
Soror Saudade
Cantigas leva-as o vento




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