Horas Rubras - Florbela Espanca (na passagem do 114º aniversário de nascimento e 78º do desaparecimento da poetisa)
Horas profundas, lentas e caladas,
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...
Oiço as olaias rindo desgrenhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata pelas estradas...
Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos.
Vestiu-os o luar de sedas puras...
Sou chama e neve branca e misteriosa...
E sou, talvez na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
Florbela Espanca (n. Vila Viçosa, 8 Dec. 1894; m. Matosinhos 8 Dec 1930)
Ler neste blog da mesma autora:
Tarde de Mais
Ser poeta é
Amar!
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha
Cantigas leva-as o vento
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