O Meu Retrato - Olegário Mariano
Busto de Olegário Mariano em bronze sobre pedestal em granito, na cidade do Rio de Janeiro e que terá sido furtado em 2001. Extraída de www.rio.rj.gov.br
Sou magro, sou comprido, sou bizarro,
Tendo muito de orgulho e de altivez.
Trago a pender dos lábios um cigarro,
Misto de fumo turco e fumo inglês.
Tenho a cara raspada e cor de barro.
Sou talvez meio excêntrico, talvez.
De quando em quando da memória varro
A saudade de alguém que assim me fez.
Amo os cães, amo os pássaros e as flores.
Cultivo a tradição da minha raça
Golpeada de aventuras e de amores.
E assim vivo, desatinado e a esmo.
As poucas sensações da vida escassa
São sensações que nascem de mim mesmo.
Olegário Mariano Carneiro da Cunha (n. no Recife em 24 Mar 1889, m. no Rio de Janeiro, em 28 Nov. 1958)
Ler do mesmo autor:
A Canção da Saudade
Almas Irmãs
Arco-Íris
Teia de Aranha
O Enamorado das Rosas
O Conselho das Árvores
O Enterro da Cigarra
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