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2012-07-05

Do Livro das Soledades - Fernandes Costa

Se bem olhas os meus olhos
Quando eu olho para os teus,
Não sei como não entendes
O que te digo nos meus.

É que não sentes amor
Apesar dos teus dizeres,
Quando não bastava olhá-los
Para logo me entenderes.

Um sopro, um nada, uma nuvem,
Tolda a pureza do céu;
- Brilha a beleza um momento,
E num momento morreu.

É que os destinos das coisas
Lembram destinos humanos:
Duram as rosas um dia,
Mas os ciprestes cem anos.

in Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto. Ática Editores

José Fernandes Costa nasceu em Lisboa a 5 de Julho de 1848 e aí faleceu a 30 de Julho de 1920

Ler do mesmo autor, neste blog:
Um soneto não custa a arquitectar
Amo o soneto, o engaste florentino


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