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2011-09-08

Márcia! Márcia! ai de mim! ... - Natividade Saldanha

Márcia! Márcia! ai de mim! está chegado
O momento cruel, que eu mais temia;
Sinistro mocho, que a meu lado pia,
Há longo tempo o tinha anunciado!

Já deixei o surrão, e o meu cajado
Quebrei a doce flauta, em que tangia,
E o rafeiro fiel, que me seguia,
Definhou; definhou também meu gado.

Tudo acabou; e a negra desventura
Quer que os laços de amor a ausência corte;
Que eu deixe, ó Márcia, a tua formosura.

Céus! que Fado cruel! que imiga sorte
Eu desespero, eu morro ... Ó Parca dura,
Já que Márcia perdi, vem dar-me a morte.

José da NATIVIDADE SALDANHA nasceu em Santo Amaro do Jaboatão (PE) a 8 de Setembro de 1795 e morreu exilado em Bogotá, capital da Colômbia, em 30 de Março de 1830.

Ler do mesmo autor:
À Sombra Deste Cedro Venerando;
Os teus olhos gentis encantadores...


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