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2011-08-02

Soneto 92 - Nauro Machado

Meu aniversário!: dá-me, Goethe, o fogo
que vi queimando nos lábios do teu ontem,
pura energia, livrando-me do logro
de existir para onde os deuses apontem.
Sarça ardente, crepúsculo que rogo,
regresse eu à terra, e que as trevas me montem
no tempo morto de um eterno logo,
eterno aberto ao pronto desmonte em
matéria e ruga, de olhar no meu rosto.
e ao achar-me inteiro – e à Tua partilha exposto,
elucida-me, Goethe, o em mim por quê:
se não sei o vento, verbo do arvoredo,
balbucio o tempo e nele retrocedo
ao não ser próximo do estar no Ser.


Nauro (Diniz) Machado nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 2 de agosto de 1935


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