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2011-04-20

Soneto - Nunes Claro

Quem quer que sejas tu, que neste abrigo
Vieste em hora mansa hoje parar.
Feliz! Vens encontrar aqui contigo
Os tesouros que andaste a procurar.

Vens encontrar, sob o silêncio amigo,
A paz do ouvido, e a glória do olhar.
E até, quem sabe? Aquele beijo antigo
que há muito tempo não sabias dar.

Vens encontrar, (é tarde? Não importa),
Um bem que passou à tua porta.
Um grande amor, nem tu soubeste a quem.

E vens, (tanta riqueza em toda a parte),
Vens a ti mesmo, atónito, encontrar-te.
És um poeta, e nunca o viste bem.

Joaquim Nunes Claro (nasceu em Lisboa a 20 de Abril de 1878 e faleceu em Sintra, 5 de Maio de 1949)

Ler do mesmo autor, neste blog:
Partiste e a serra idílica do vento
Toma essas rosas de Dezembro agora
Vieste Tarde Meu Amor


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