Soneto IV - António Diniz da Cruz e Silva
Já se vai das estrelas apagando
A cintilante luz e a roxa Aurora,
Das aves despertando a voz canora,
Que alegre no Oriente vem raiando!
Do Horizonte o clarão anunciando
Do Sol a nova vinda as nuvens cora,
Que em orvalho desfeitas vão agora
As viçosas ervinhas prateando.
Vem, graciosa manhã, e a sombra fria
Ligeira desfazendo, vem de Elpino
Encher o triste peito de alegria
Pois hoje apesar de seu destino
Outro mais belo Sol, que lhe encobria,
Verá de uns olhos no fulgor divino
Ler do mesmo autor, neste blog: Soneto LXXIV
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