SONHO - Campos de Figueiredo
Já meus cinco sentidos apagados,
Meu corpo feito bronze de escultura,
Um clarão de Crepúsculo fulgura,
E vejo um Luar de mundos ignorados...
E mares e rios, serras, vales e montes,
Tudo que fica a uma distância infinda,
Abranjo-o para Além (e mais ainda...)
Da transparência azul dos horizontes!
Já não sou em carne de martírio;
Sou névoa irreal esparsa em Luz divina
Emanação subtil de rosa ou lírio
Sou a sombra de Deus e Luz de mim:
Vou para onde a alma se destina,
Com saudades do mundo donde vim!
José Campos de Figueiredo (n. em Cernache, 6 de Maio de 1899 — m. Coimbra, 28 de Novembro de 1965)
Ler do mesmo autor, neste blog:
O Milagre das Rosas
Tela Íntima
Autocrítica
Fingimento
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