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2010-02-15

Soneto ao Soneto - Elmo Elton

No soneto sabeis se ele é perfeito,
melhor encrusto, então, a ideia nobre.
Amo, na arte, o ouro sempre ao invés do cobre,
quando aprumo o cinzel com enlevo e jeito.

Nos labores do sonho, satisfeito,
meu coração a mim mais me descobre;
sou, no seu verso, um brônzeo sino em dobre,
cantando o funeral do amor desfeito.

Para as glórias do canto, se um quarteto
ou terceto componho, em língua lusa,
é do metro e da rima que me valho;

por eles, crede, pois, vivo e trabalho!
E foi por seu louvor que a minha Musa
deu-vos, hoje, ao soneto, outro soneto!


Soneto extraído de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria É a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004).

Elmo Elton Santos Zamprogno, nasceu na cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, a 15 Fevereiro 1925 e faleceu em 24 de Janeiro de 1988.


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