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2009-11-20

Contra Senso - Marta de Mesquita da Câmara

Oh! meu amor,escuta, estou aqui,
pois o teu coração bem me conhece,
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!

Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar se ainda pudesse
as horas dolorosas que vivi.

Oh! que insensato e louco é quem se ilude!
Quiz fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!

Deitando a vista pelo mundo além
desisto de encontrar na vida um bem
que valha o mal que tu me fazes!


Marta de Mesquita da Câmara (n. Porto, 24 de Agosto de 1895 — m. Porto, 20 de Novembro de 1980)

Ler também neste blog da mesma autora: A Tua Amada


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