80º aniversário da morte de Amadeu Amaral - Versos Nevoentos
Luta penosa e vã, esta em que vivo, imerso
Na ambição de alcançar a frase que me exprima,
onde o meu pensamento esplenda claro e terso,
como o bago reluz pronto para a vindima.
Como cristalizar tanta emoção no verso?
Como o sonho encerrar nos limites da rima?
Bruma ondulante e azul, fumo que erra disperso,
não se pode plasmar, não há mão que o comprima.
Não, eu não te darei a Expressão que rebrilha
na rija nitidez de áurea moeda sem uso,
acabado lavor de cunho e de serrilha:
só te posso ofertar estes versos nevoentos,
conchas em que ouvirás, indistinto e confuso,
um remoto fragor de vagas e de ventos.
Amadeu Ataliba Arruda Amaral Leite Penteado (nasceu em Capivari, São Paulo a 6 de Novembro de 1875 e faleceu em São Paulo a 24 de Outubro de 1929).
Ler do mesmo autor, neste blog: Rios; Lua e Voz Íntima.
 


 






![Validate my Atom 1.0 feed [Valid Atom 1.0]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixA6pLRJqUA5uCd8sPXDDP7QxjQkPOk7PBO4HCTh36mFnxdQ74-sZ_XMCFDZwG93UFGHxKxztBp8W7XXB4TuF02boT9tQtWcPt8-W26llV-vye5sZhzXq6EsMVAc7Fc_hmbs769Q/s400/valid-atom.png)
 
 
















0 comments:
Enviar um comentário