Flor Silvestre - Batista de Cepelos
Pobre de quem? Pobre de ti, não dela:
Para que seja cobiçada e rica,
De nada mais precisa, além daquela
Inocência do céu, que a santifica...
Não tem brasões de nascimento. É bela,
De uma beleza que tão bem lhe fica!
E, sertaneja rústica e singela,
Vive junto dos pais, terna e pudica.
Passarinha entre as aves, e, travessa,
Parece uma visão da Primavera,
Quando envolve de flores a cabeça!
E, as suas mãos, que nada têm de rudes,
São as chavinhas de ouro (quem mas dera!)
De um coração repleto de virtudes!
Manuel Batista Cepelos (Cotia, São Paulo, em 10 de Dezembro de 1872 — m. Rio de Janeiro, 8 de maio de 1915)
Ler do mesmo autor, neste blog: Resignação; À Espera; A Um Sonetista; Nas Ondas de Uns Cabelos
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