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2007-12-01

Não sei, amor, se te consinto - Pedro Tamen

foto: Vulcão

Não sei, amor, sequer, se te consinto
ou se te inventas, brilhas, adormeces
nas palavras sem carne em que te minto
a verdade intemida em que me esqueces.

Não sei, amor, se as lavas do vulcão
nos lavam, veras, ou se trocam tintas
dos olhos ao cabelo ou coração
de tudo e de ti mesma. Não que sintas

outra coisa de mais que nos feneça;
mas só não sei, amor, se tu não sabes
que sei de certo a malha que nos teça,

o vento que nos leves ou nos traves,
a mão que te nos dê ou te nos peça,
o princípio de sol que nos acabes.

Pedro Mário Alles Tamen (n. em 1 Dez 1934 em Lisboa; ~)

Ler do mesmo autor neste blog: O mar é longe mas nós somos o vento


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