Soneto - Anónimo
Sonhei linda Signi, que em fofo leito
nos meus amantes braços te apertava,
que nas mimosas faces te beijava,
e que o meu peito unia com o teu peito;
que da modéstia o denso nó desfeito,
por todo o lindo corpo te apalpava,
e que entre as alvas coxas me enlaçava
o meigo amor no vínculo mais estreito;
Enfim a coisa que o decoro cala
contigo fez julgar-me que fazia,
e eu gozei um prazer que mal se iguala;
porém, vem despertar-me o ingrato dia,
e, mais veloz que o fumo, então se exala
doce engano da viva fantasia.
Anónimo (século XIX)
in "Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica"
Selecção, prefácio e notas de Natália Correia
nos meus amantes braços te apertava,
que nas mimosas faces te beijava,
e que o meu peito unia com o teu peito;
que da modéstia o denso nó desfeito,
por todo o lindo corpo te apalpava,
e que entre as alvas coxas me enlaçava
o meigo amor no vínculo mais estreito;
Enfim a coisa que o decoro cala
contigo fez julgar-me que fazia,
e eu gozei um prazer que mal se iguala;
porém, vem despertar-me o ingrato dia,
e, mais veloz que o fumo, então se exala
doce engano da viva fantasia.
Anónimo (século XIX)
in "Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica"
Selecção, prefácio e notas de Natália Correia
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