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2006-11-20

Epígrafe - Eugénio de Castro


Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...

Homem que fazes tu?Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...

Eugénio de Castro (1869-1944)


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