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2006-06-22

O distanciamento de alguns relativamente à selecção "de todos nós"

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A Portuguese fan


Os atritos FC Porto – Scolari logo começados com o chamado caso "Vítor Baía" (ausência do guarda-redes da selecção nunca explicada) , prosseguidos com o caso "Nuno Valente" (que foi posto fora da equipa do Porto por se não recusar a jogar na selecção) e continuado com o caso "Quaresma" (convocação para o Euro Sub 21 e não para o Campeonato do Mundo) e que mais do que situações pontuais de discordancia são peças de um processo de sistemática e permanente conflitualidade quase diria institucional entre FC Porto e o Sr. Scolari, tem feito com que os dirigentes, alguns jornalistas ditos pomposamente de "opinion-makers" (que vestem mais ou memos explicitamente de azul e branco) e adeptos seguidores, se distanciem da "selecção de todos nós".

Pois é, isto do Campeão Nacional não ter até agora um qualquer jogador seu a jogar sequer um minuto de jogo, tem custado muito!

Então a estratégia é dizer mal de todas as decisões de Scolari, sejam elas quais forem ( "en passant" lembro-me desta: "Então os gajos vão fazer o estágio para o Alentejo com temperaturas altíssimas, quando na Alemanha até faz frio?". Afinal verificou-se que na Alemanha está quente!), e ficar com uma pedra (bem grande guardada na mão) posta e disposta a ser atirada ao primeiro sinal de inêxito da selecção. E, enquanto este não surge, vão-se desvalorizando os resultados positivos que se vão conseguindo: "Para ganhar ao Irão bastava o Deco" (Pinto da Costa).

Confesso que apesar da "clubite" doença que sempre existiu no nosso desporto, esperava que na fase final do Campeonato do Mundo esses problemas pudessem ser, se não esquecidos, pelo menos sublimados. Mas tal não sucede. É por isso que os meus amigos a quem fiz gostosa companhia ao ver os grandes jogos internacionais das recentes épocas áureas do Futebol Clube do Porto e festejar conjuntamente triunfos históricos (Taça Uefa e Liga dos Campeões) não atribuem (aparente e estratégicamente) importância às mensagens que lhes mando sobre o Campeonato do Mundo, não me convidaram ainda nenhuma vez para ir beber um copo com eles a assistir a um jogo e mais do que isso ainda me mandam mensagens sobre eventos, promovendo-os, quando afinal ocorrem em simultâneo com os jogos da selecção!

É claro que à medida que a selecção vai ganhando e a mão que segura a pedra vai ficando mais cansada (ou mais impaciente?) e o coração verde e vermelho profundo do país vai aparecendo (sobrepondo-se ao azul) o distanciamento vai diminuindo...

Ganhar ao México (sem o Deco – até parece que ainda lhes pertence ou sobre ele têm royalties – e sem mais quatro), mesmo tendo sorte e não jogando bem (a 2ª. parte foi fraca) e conseguir a totalidade de pontos, o que nem a Argentina fez, facto aliás só conseguido pela Alemanha é motivo para agrado de todos os portugueses! E até os "azuis" estão a fazer a aproximação ainda que queiram dizer que o que se passa é o contrário. Se não vejam esta excelente peça de literatura no JN de hoje escrito por Francisco José Viegas:


"Scolari diz que tem, de novo, vontade de ser campeão do mundo. ... Até agora, o gaúcho mostrou que lhe interessava desmentir os seus críticos – ao declarar essa vontade, fez um favor a todos: chamou-nos para a selecção pela primeira vez. Insisto pela primeira vez. De novo: pela primeira vez. Até agora ele estava apenas zangado e ressentido e mostrava má cara. Ontem enfureceu-se realmente como um homem a valer ….; mostrou que estava do nosso lado. ... ".

Que dizer: O Scolari é que está a fazer aproximação com os tais portugueses descontentes! Ou será antes que esta crónica é o exemplo paradigmático dos "críticos" a aproximarem-se à selecção de Portugal, porque ela está a ganhar?

Mas não tenham ilusões. Se Portugal perder com a Holanda o Scolari não se vai salvar!

Espero que o processo de adesão vá afinal crescendo (sinal de que vamos progredindo na competição), e no fim quando estejarmos a festejar o Campeonato do Mundo, possa ver os "críticos" na primeira linha dos esfusiantes com o trunfo.


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