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2006-03-18

Ó Virgens Que Passais - António Nobre

Ó virgens que passais, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido lar.

Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o Mar
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!

Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruínas do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas

Que eu vi morrer num sonho, como um ai....
Ó suaves e frescas raparigas,
adormecei-me nessa voz...cantai !

António Nobre (n. no Porto a 16 Ago 1867; m. 19 Mar 1900)

Outros poemas do mesmo autor transcritos neste blog:
Carta ao Oceano
Ao cair das folhas
A Leão XIII
Ladainha


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