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2006-01-18

Cantiga de Amigo - Ary dos Santos

Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
o meu amigo está longe
e a distância é bastante.

Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!

o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.

Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!

José Carlos Ary dos Santos (n. 7 Dez 1937; m. 18 Jan 1984)

Outros poemas de Ary dos Santos neste blog:
Estrela da tarde
Os putos
Cavalo à Solta
Menina


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