Penélope - David Mourão Ferreira
Mais do que sonho: Comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
quando de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor
David Mourão Ferreira (n. 1927 - m. 1996)
Extraído Os poemas da minha vida - nº 8 - Vasco da Graça Moura
Publico
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