De Tarde - Cesário Verde
Naquele “pic-nic” de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão de bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, indo o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde (23 Fev 1855; 19 Jul 1886)
Digo eu : Porque é que os génios duram tão pouco?
1 comments:
Anónimo
disse...
Olá muito obrigada por sua visita em meu blog.
Gostei muito do poema, mas não conhecia o autor... Gostaria de saber mais sobre ele.
Realmente os 'grandes', vão antes do que devia. Posso lhe linkar?
Vc já pensou em mudar o seu sistema de comentário?
Passe nesse end. www.haloscan.com o comentário de lá é muito melhor.
Qualquer dúvida me procure, se eu me meti no que não devia me desculpe.
Xêro
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