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2017-08-17

Quanto, quanto me queres? - perguntaste - António Botto (na efeméride dos 120 anos do nascimento)

Quanto, quanto me queres? - perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.

Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...

Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...

Não perguntes, não sei - não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.


in Poemas de Amor, Antologia de poesia portuguesa, Organização e prefácio de Inês Pedrosa, Publicações Dom Quixote

António Tomaz Botto nasceu a 17 de agosto de 1897, em Casal da Concavada, Abrantes e faleceu no Rio de Janeiro a 17 de março de 1959.


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