ESTRELA-GUIA - Solange Reich
Tenho de meu bem pouca coisa, mesmo.
E muito desse pouco posso partilhar
sem qualquer sentimento de perda.
Porque meu é o mar, que te oferto
e a brisa que me beija e que te beija.
Aquele beija-flor, sabias?,
também consta do meu inventário.
Meus canários – estes não cedo
porque só são meus enquanto livres.
Queres a minha estrela-guia? – Ali está.
Chama-se Intrometida.
Ela tem alma de mãe,
por isso, não vejo mal em dividi-la contigo.
in Versos do Tempo Quase, Florianópolis, Editograf, 2006
Solange Rech (Tubarão, Santa Catarina, Brasil, em 29 de maio de 1946 — Florianópolis, 29 de janeiro de 2008)
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