Quando eu morrer - Alfredo Dáskalos
Quando eu morrer
Não me dêem rosas
Mas ventos
Quero as ânsias do mar
Quero beber a espuma branca
Duma onda a quebrar
E vogar
Ah, a rosa dos ventos
A correrem na ponta dos meus dedos
A correrem, a correrem sem parar.
Onda sobre onda infinita como o mar.
Como o mar inquieto
Num jeito
De nunca mais parar.
Por isso eu quero o mar.
Morrer, ficar quieto,
Não.
Oh, sentir sempre no peito
O tumulto do mundo
Da vida e de mim.
E eu e o mundo.
E a vida.
Oh mar
O meu coração
Fica para ti
Para ter a ilusão
De nunca mais parar
Alexandre Mendonça de Oliveira Dáskalos nasceu na cidade do Huambo, na então antiga Nova Lisboa , a 26 de janeiro de 1924; faleceu a 24 de fevereiro de 1961 no sanatório do Caramulo)
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