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2015-09-18

As portas que batem - Maria Judite de Carvalho

As portas que batem
nas casas que esperam.
Os olhos que passam
sem verem quem está.
O talvez um dia
Aos que desesperam.
O seguir em frente.
O não se me dá.

O fechar os olhos
a quem nos olhou
O não querer ouvir
quem nos quer dizer.
O não reparar
que nada ficou.
Seguir sempre em frente
E nem perceber.

in Cem Poemas Portugueses
Selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria

Maria Judite de Carvalho (n. Lisboa, 18 de setembro de 1921 – Lisboa, 1998)


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