Blog Widget by LinkWithin

2015-04-23

A MÃO ENORME - Jorge de Lima

Dentro da noite, da tempestade,
a nau misteriosa lá vai.
O tempo passa, a maré cresce,
O vento uiva.
A nau misteriosa lá vai.
Acima dela
que mão é essa maior que o mar?
Mão de piloto?
Mão de quem é?
A nau mergulha,
o mar é escuro,
o tempo passa.
Acima da nau
a mão enorme
sangrando está.
A nau lá vai.
O mar transborda,
as terras somem,
caem estrelas.
A nau lá vai.
Acima dela
a mão eterna
lá está.


Jorge Matheus de Lima (n. em União de Palmares, Alagoas a 23 de abril de 1893, m. no Rio de Janeiro a 15 de novembro de 1953)

O Acendedor de Lampiões
Poema 17 de Invenção de Orfeu
Este Poema de Amor Não é Lamento
Distribuição Da Poesia
O Mundo do Menino Impossível
Minha Sombra


0 comments: